Turismo de Massas versus Proteção da Orla Costeira no Algarve: uma reflexão

  • Joana Gaspar de Freitas
  • João Alveirinho Dias
Keywords: História, Algarve, Zona costeira, Turismo, Planos de Ordenamento

Abstract

Nenhum outro trecho da costa portuguesa reflete melhor as consequências da ocupação humana do litoral como o Algarve. O isolamento da região permitiu que mantivesse até ao século XX um conjunto de características naturais e modos de vida tradicionais já desaparecidos noutros locais. Entre 1960-80, o Algarve conheceu um desenvolvimento sem precedentes devido à afluência de turistas estrangeiros e portugueses, graças à melhoria das condições de vida após o 25 de Abril. A explosão urbanística que acompanhou o apogeu do turismo de massas traduziu-se num crescimento desmesurado, em que os interesses económicos se sobrepuseram ao bem comum. Os planos de ordenamento traçados nos anos de 1960 não chegaram a ser implantados e no período conturbado que se seguiu à Revolução de Abril não houve controlo da construção. Quando os primeiros instrumentos de ordenamento do território foram aprovados (década de 1990) a situação existente e os direitos estabelecidos obrigaram ao sancionamento de irregularidades, pondo em causa a prática de uma boa gestão do uso do solo. A ocupação intensa desta zona costeira em tão curto tempo provocou desequilíbrios nos sistemas naturais, contribuindo para a degradação da paisagem e para colocar em risco a presença humana nos trechos mais afetados.

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Published
2016-06-22
How to Cite
Gaspar de Freitas, J., & Alveirinho Dias, J. (2016). Turismo de Massas versus Proteção da Orla Costeira no Algarve: uma reflexão. Estudos Do Quaternário / Quaternary Studies, (14), 114-126. https://doi.org/10.30893/eq.v0i14.131
Section
Articles