THE UNESCO 14TH CENTURY FORTIFICATIONS OF CERCA NOVA (ÉVORA, PORTUGAL): PROVENIENCE AND CLASSIFICATION OF GEO-MATERIALS AND VASCULAR PLANTS INVENTORY

AS FORTIFICAÇÕES UNESCO DA CERCA NOVA DO SÉCULO XIV (ÉVORA, PORTUGAL): PROVENIÊNCIA E CLASSIFICAÇÃO DE GEOMATERIAIS E INVENTÁRIO DE PLANTAS VASCULARES

Abstract

Abstract

The historic centre of Évora city (Portugal) is classified as UNESCO World Heritage Site since 1986. It is surrounded by fortifications built during the 14th century (Cerca Nova) and classified as National Monument since 1922. After their construction, at least five restoration interventions (15th, 16th, 17th, 18th and 19th centuries) were executed.
In this research, a lithological characterization of the construction materials has been conducted. The classification of the different rocks observed at Cerca Nova give archaeometric information as proveniences and ancient extraction areas. Geological data suggests a supply of geomaterials mainly from local quarries and from scattered boulders in the countryside of the city. In extremely limited quantities, some lithologies such as marbles and limestones, not belonging to local outcrops, were used. These are most likely spoliations materials, whose act was widely used in the medieval period.
In addition to the characterization of the lithological materials, the inventory of the vascular plants growing on the fortifications recognized 42 taxa belonging to 26 families and 34 genera. Half of the 42 taxa verified are represented by native plants and the other half are represented by exotic species. The latter includes nine alien invasive taxa, despite the individuals belonging to this group of species are limited to some portions of the masonry and represent a rather low percentage when referring the sample. The origin of the alien taxa is mainly from the tropical-American biogeographical region.
Keywords: Portuguese rocks, Granitoids, Provenance, UNESCO, Vascular flora, Alentejo, Invasive plants.

Resumo

O centro histórico da cidade de Évora (Portugal) encontra-se classificado como Património Mundial da UNESCO, desde 1986. Esta zona está rodeada por fortificações construídas durante o século XIV (Cerca Nova), classificadas como Monumento Nacional, desde 1922. Após a sua construção, foram levadas a cabo pelo menos cinco intervenções de restauro (nos séculos XV, XVI, XVII, XVIII e XIX).
Nesta investigação, procedeu-se a uma caracterização litológica dos respetivos materiais de construção. A classificação das diferentes rochas identificadas na Cerca Nova forneceu informações arqueométricas sobre proveniências e áreas de extração antigas. Os dados geológicos sugerem um fornecimento de geomateriais principalmente de pedreiras locais e a partir de blocos de rocha dispersos pela periferia da cidade. Foram utilizadas também algumas litologias, como mármore e calcário, em quantidades extremamente limitadas, que não pertencem aos afloramentos da região.Tais litologias são muito provavelmente materiais de espoliação, prática muito comum no período medieval.
Além da caracterização dos materiais litológicos, o inventário das plantas vasculares que crescem nas fortificações permitiu identificar 42 taxa, pertencentes a 26 famílias e 34 géneros. Metade dos 42 taxa identificados estão representados por plantas nativas, e a outra metade, por plantas exóticas. Estas últimas incluem oito espécies invasoras, que se encontram limitadas a algumas partes da alvenaria, representando uma percentagem bastante baixa relativamente ao total da amostra. Verificou-se ainda que a origem dos taxa exóticos é, principalmente, a região biogeográfica tropical-americana.
Palavras chave: Rochas portuguesas, Granitóides, Proveniências, UNESCO, Flora vascular, Alentejo, Plantas invasoras.